A população a cada ano cresce mais um pouco; e esse crescimento vem preocupando muitos especialistas… eu sei que devem estar pensando: “- Vixe…Mais uma Malthusiana!” mas não é nada disso!
Como estava dizendo, a população mundial vem crescendo muito ultimamente. Esse crescimento populacional vem pressionando a agropecuária e a agricultura, que por sua vez; vem contribuindo para a degradação do meio ambiente. Isso, porque, o aumento da produção, trazem consigo problemas bem atuais, que podem piorar ao longo dos anos; como, por exemplo: processo de desertificação, escassez de recursos hídricos, desmatamento, altas taxas de emissão de gases do efeito estufa e baixa produtividade devido a incidência de pragas. São alguns exemplos de que devemos mudar nossa mentalidade e hábitos de consumo.
E é com uma visão futurística, que a FAO (Organização para Alimentação e Agricultura), trás como solução; para diminuir a fome e reduzir impactos ambientais; a utilização de insetos para o consumo humano.
O hábito de comer insetos ou entomofagia, é muito popular no Oriente. Sendo normal passear pelas feiras da China, Japão ou ainda em Países Asiáticos como a Índia. E encontrar petiscos de insetos. Isso, porque, nessas localidades faz parte da cultura deles o consumo de artrópodes em diferentes fases de vida (ovos, larvas, pupas e adultos).
Porém, infelizmente esse hábito não é muito difundido em países Ocidentais, como o Brasil. Na verdade, existe um preconceito muito grande em relação ao consumo de insetos processados ou em natura. O que é justificável, visto que, a imagem do inseto está sempre atrelada a doenças e pragas. Entretanto, é necessário que ocorra uma educação da população a cerca do consumo de insetos e haja uma maior divulgação de informações, para romper a barreira do preconceito.
Já que, o consumo de artrópodes, possui muitos benefícios. A começar pela produção de insetos. Estima-se, que é mais barato produzir um quilo de inseto do que produzir um quilo de carne bovina. Pois, são necessários oito quilos de ração para produzir um quilo de carne bovina; para esse mesmo feito são necessários apenas dois quilos de ração, para se obter um quilo de carne de inseto. Além disso, insetos possuem até o triplo de proteína do que as carnes convencionais (porco, boi, frango e peixe), e acima de tudo são ricos em: ferro, magnésio, fósforo, selênio, zinco. São, bem absorvidos pelo organismo, havendo assim uma baixa perda de nutrientes. E no geral, aproveitamos cerca de até oitenta porcento do inseto. Diferente do que ocorre quando comemos: porco e galinha, cuja perda é de cinquenta porcento, sendo aproveitado apenas metade do animal; já na carne bovina, a perda é de quarenta porcento.
Outros benefícios proporcionados pelo consumo de insetos é a diminuição dos níveis de colesterol ruim, melhora da glicemia em pacientes diabéticos, prevenção do sobrepeso(obesidade) e por fim, redução do processo inflamatório de pequenas infecções.
Além de ser uma carne mais barata como já disse acima, ela possui ainda vantagens como: menor emissão de gases que aumentam o efeito estufa, menor quantidade de água utilizada para produção, menor contaminação do solo por fezes e urina e ampla distribuição geográfica, que facilita o cultivo em áreas onde a agricultura é inviável devido condições climáticas.
Entretanto, apesar de serem inúmeros o benefício de introduzir-se o consumo de insetos na alimentação. A cultura da repugnância e aversão aos insetos tem que ser quebrada. Para isso, é necessário levar mais informaçãos para as pessoas sobre o assunto, desmitificar que insetos só trazem doenças.
Afinal de contas, em alguns restaurantes mundo a fora, insetos são uma iguaria muito cara e de grande valor comercial. E convenhamos, para uma população que come: lagosta e camarão, que são do mesmo filo dos insetos; gelatina, que possuem corantes advindos de cochonilhas. O que custa comer uma pupa/ larva?
Referências bibliográficas
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