Atropelamento de fauna: motivos, consequências e possíveis soluções.

O Brasil possui uma enorme malha rodoviária, com aproximadamente cerca de 1, 7 milhões de quilômetros de estradas, pavimentadas ou não. Com isso podemos inferir, que o país é totalmente dependente de rodovias para fazer o escoamento de mercadoria. E os impactos disso, vão muito além do encarecimento de produtos agrícolas.

 Não é muito raro sair de viagem e durante o trajeto observar animais mortos as margens das rodovias, situação muito comum no Brasil. Principalmente, porque após a construção do empreendimento não se faz um monitoramento, para implementação de ações mitigadoras ou de educação ambiental local. Das consequências da engenharia de rodovias, o impacto ambiental é o que mais chama atenção.

  As estradas afetam o ambiente, durante a construção, onde se faz a supressão da flora e o afugentamento da fauna, também após a construção, com o atropelamento de fauna e o aumento das caçadas ilegais. A degradação do ambiente no entorno da rodovia, empobrece a flora e causa o efeito de borda, as alterações climáticas (ventos, calor), que pode atingir até quinhentos metros de largura. O que contribui para a perda de habitat. Existem ainda problemas ecológicos, já que, as estradas se tornam grandes corredores de dispersão de espécies exóticas e tornam-se barreiras de fluxo gênico, diminuindo assim a variabilidade genética de determinados animais. Além disso, existe ainda, a facilitação de adentramento florestal de mateiros e caçadores, que colocam em risco a biodiversidade local; se esses ainda, levarem consigo animais domésticos, cachorro, para dentro da floresta; corre-se o risco de propagação de zoonoses, tanto dentro da mata, quanto para populações humanas; já que, esses animais podem ser tornar vetores de doenças…

 Os principais motivos para que haja o atropelamento: é a fragmentação do habitat; os animais tentam atravessar a rodovia para tentar ir para o outro lado, seja para se reproduzir, devido possíveis condições favoráveis; a queda de grãos de caminhões de carga, também acaba atraindo animais para o meio da pista; alguns animais de “sangue frio” vão para a pista afim de esquentar-se no asfalto; animais carniceiros vão para as rodovias devido a disponibilidade de carne em decomposição. O que acaba fazendo com que se exponham ao alto risco de atropelamento.

 E infelizmente, alguns atropelamentos são propositais. Alguns estudos apontam, que animais, cujo, o repúdio é maior, maior são as probabilidades de eles morrerem atropelados. Geralmente, estão inclusos nesse grupo: serpentes, lagartos e sapos. Tudo isso, por não serem espécimes carismáticos. Por tanto, é necessário que se promova ações educativas, onde seja apontado a importância ecológicas desses animais e o quanto eles contribuem para o equilíbrio ambiental, seja: polinizando, controlando outras espécies ou dispersando sementes.

 Portanto, primeiramente devem ser tomadas medidas de educação ambiental. Explicar a importância de não atropelar animais, não caçar e não desmatar. A distribuição de placas avisando que no local há travessia de animais, se torna muito eficaz se existirem fiscalizações nesses locais; já que, “se não dói o coração, ataque o bolso”. Ações como, a construção de corredores ecológicos e túneis de travessias, são muito eficazes, se postos em locais estrategicamente estudados. Então, muito são as medidas para mitigar o problema. Mas, o maior desafio é conscientizar pessoas da importância de salvar uma vida.

Bibliografias:

 FRAGA, Leonardo Pereira. Aspectos ecológicos e espaciais da fauna silvestre atropelada na APA Pouso Alto, Chapada dos Veadeiros. 2018. 53 f., il. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Socio biodiversidade e Sustentabilidade no Cerrado) —Universidade de Brasília, Alto Paraíso de Goiás – GO, 2018.Disponível em: <https://bdm.unb.br/handle/10483/21530&gt;.Acesso em: 20 de fev. de 2021.

 NF Silva, PHP Ruffino. Educação ambiental crítica para a conservação da biodiversidade da fauna silvestre: uma ação participativa junto ao Projeto Flor da Idade, Flor da Cidade. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 2016. vol.97 no.247 Brasília Sept. /Dec. 2016. Disponível em:< https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2176-66812016000300637&script=sci_arttext&tlng=pt>.Acesso em: 20 de fev. de 2021.https://doi.org/10.1590/s2176-6681/276533211

 PB Oliveira – Acervo da Iniciação Científica, 2013 – metodista.br. Educação Ambiental: Uma abordagem para minimizar os atropelamentos da fauna silvestre. capa, n. 1 (2013). Disponível em: <https://www.metodista.br/revistas-izabela/index.php/aic/article/view/414&gt;.Acesso em: 20 de fev. de 2021.

 SANTOS, Rodrigo Augusto Lima. Dinâmica de atropelamento de fauna silvestre no entorno de unidades de conservação do Distrito Federal. 2017. 145 f., il. Tese (Doutorado em Ecologia) —Universidade de Brasília, Brasília, 2017.Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/23589&gt;.Acesso em: 20 de fev. de 2021.

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