Em sua infância quem nunca foi alvo de terríveis chás? Pois então, o uso de plantas medicinais é bem difundido em diversas culturas é uma prática milenar que vem ganhando espaço e adeptos a tal prática.
Em comunidades onde o acesso ao serviço de saúde é restrito, a saída é recorrer a plantas medicinais. São elas que muitas das vezes, ajudam as pessoas em alguns problemas de saúde. O famoso chá para gripe, talvez seja o mais difundido no Brasil. Quem nunca tomou um chazinho de gripe, recheado de várias plantas com nomes populares um tanto curioso?
Os fitoterápicos não são utilizados apenas em forma de chás, mas também em forma de emplastos, pomadas, tinturas, decocção, banhos, em pó, xarope, infusões; os modos de preparo são diversos, assim como o modo de usar. E o mais importante é o cuidado na hora do preparo, para não haver perda de propriedades terapêuticas, contaminação por microrganismos ou via de utilização incorreta.
Um dos maiores problemas, do consumo indiscriminado de plantas medicinais, é achar que por ser um remédio natural, não fará mal algum; é como diz a frase “se não curar, mal não vai fazer”. Mas, infelizmente, não é bem assim. Como todo e qualquer medicamento, existe alguns cuidados que devem ser tomados ao ingerir esses produtos.
A interação medicamentosa ela existe, também, quando utilizamos fitoterápicos. Portanto, antes de tomar ou receitar um remedinho caseiro, é sempre importante verificar, com um médico se possível, se não haverá interação entre o chá e um possível remédio Alopáticos (“industrializados”); pois dependendo da situação, ao invés da pessoa recuperar a saúde, ela pode acabar anulando, por exemplo, o efeito de um medicamento de pressão; fazendo com que ela passe mal.
Outro problema é que as pessoas consomem esses produtos, sem nem ter conhecimento de possíveis efeitos colaterais. Por isso, pessoas idosas, gestantes e crianças; deve-se ter muito cuidado com a dosagem do fitoterápico, o modo de preparo, a concentração e principalmente a indicação. Pois, existe alguns remédios que podem causar aborto, queda de pressão, taquicardia ou alergias graves.
Além disso, se atentar aos nomes populares, pois como vivemos em um país diverso, onde cada cultura nomeia as plantas medicinais de uma forma diferente. Isso, pode causar um pouco de confusão ao se falar da mesma planta, porque não há um padrão de nomes entre essas plantas e a variação de acordo com a localidade é muito grade.
Entretanto, usando as plantas medicinais com sabedoria e consciência, elas se fazem muito eficazes contra diversos problemas de saúde, ajudando muitas vezes a complementar o tratamento com medicamentos convencionais. Além disso, com os avanços da biomedicina estamos cada vez mais próximos de entendermos realmente as propriedades das plantas medicinais e como elas poderão nos ajudar na fabricação de novos fármacos. Apesar da fitoterapia, ainda ser vista com maus olhos por algumas pessoas, essa prática tem muito a nos ensinar.
E é como já foi dito à cima, o uso de plantas medicinais para tratamento de algumas enfermidades é válido. Mas, sempre temos que ter muita sabedoria ao usar o fitoterápico, pois, como qualquer outro remédio ele tem efeitos colaterais e interações medicamentosas. Por tanto, buscar informações com um especialista é sempre válido.
REFERÊNCIAS
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