A importância do fogo no ecossistema

Apesar de controverso, o fogo em ecossistemas com história evolutiva associada (Ex. Bioma Cerrado), torna-se uma importante ferramenta para manutenção da diversidade funcional. O manejo integrado do fogo em ambientes, naturalmente, propensos a ele ajuda na manutenção da biodiversidade e dos processos ecológicos. Uma vez que o distúrbio proporcionado pelas queimadas, alteram a estrutura da vegetação favorecendo as relações de competição, a entrada de novas espécies e aumenta a heterogeneidade de vegetações campestres do Cerrado brasileiro.

O fogo no Cerrado brasileiro, atua como um elemento evolutivo para espécies pertencentes a essa fisionomia. Pois o fogo faz parte da história evolutiva dessas espécies, e a exclusão das queimadas naturais nessas áreas tendem a diminuir a resiliências desses organismos. Por isso a política de queimada zero em alguns locais, acaba favorecendo posteriormente incêndios mais graves e mais intensos, já que as espécies terão diminuído sua adaptação a incêndios.

Porém é válido ressaltar, que tanto a exclusão do fogo, bem como o aumento das queimadas tendem a ser prejudiciais, pois diminui a riqueza de espécies, eleva a taxa de mortalidade e reduz o sucesso reprodutivo de espécies vegetais. Além disso, é sabido que processos de queimadas em ambientes que naturalmente esse evento não ocorre (aqui deixo como exemplo os biomas Mata Atlântica e Amazônia) trás consequências catastróficas aos organismos locais.

Ademais, o manejo integrado do fogo ele deve ser implantado baseados em pesquisas, pois vários são as variáveis que podem influenciar negativamente, como por exemplo: o histórico da área, o grau de antropização da região do entorno, se há ocorrência de espécies exóticas e invasoras no local, o padrão de conectividade entre os fragmentos e qual fauna está associada a vegetação. E é sempre importante ter em mente, que queimadas não naturais (antrópicas) e que não são pautadas no manejo do fogo trazem inúmeros impactos negativos.

Referências:

de Medeiros, M. B., & Fiedler, N. C. (2011). Heterogeneidade de ecossistemas, modelos de desequilíbrio e distúrbios. Biodiversidade Brasileira-BioBrasil, (2), 4-11.

Barradas, A. C. S., Borges, M. A., Costa, M. M., & Ribeiro, K. T. (2020). Paradigmas da Gestão do Fogo em Áreas Protegidas no Mundo e o Caso da Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins. Biodiversidade Brasileira-BioBrasil, (2), 71-86.

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